Destaque - Texto

" Ratos. Que te comam. Que te esventrem e te suguem as entranhas. Que te enterrem meio vivo para pensares um pouco "

terça-feira, janeiro 20

o pessoal cresce, arranja trabalho e depois fica com medo de escrever coisas sem nexo...

Cresce e aparece diz o miudo mais velho ao rapaz com a cerveja não mão. Escrita à Saramago que é para aprenderes a ter mais cuidado na selecção das tuas leituras. Mas eu sou mais novo e já bebo cerveja. És mais velho mais "responsável" mas nunca fodeste uma garina como eu... Como sabes? Sei porque eu sou tu quando tinhas a minha idade e com a experiência quando tivermos 50 anos. E não fodo aos 50 anos? Fodes. Mas fodes pouco. És um bocado rabiló. As miúdas gostam de ti mas tu gostas mais da conversa do que da acção. Amadurece e aparece digo-te eu.

terça-feira, julho 15

domingo, junho 8

Caveira Misteriosa

Certo dia, certa hora junta-se a nós tão ilustre pesonagem. De manto negro tal como certa noite de nevoeiro, aproxima-se sem dizer patavina.

O pessoal olha-a de soslaio e continua a beber a sua mini. Sentido-se ignorada, decide mostrar-se. Cai-lhe suavemente o manto e expõe a sua natureza. "que lindo esqueleto este, sim senhor...". "Eh pa... ui... ena......".

Obtendo a atenção desejada, eis que a morte decide agir. Retira a foice e consigo leva a vida das 8 pessoas que se encontravam neste bar.

No dia seguinte ninguém falava no assunto.

Kimera

domingo, janeiro 6

Luiz Pacheco 82 anos

Em memória de Luiz Pacheco...

Menino João, Senhor João

Caro Sr. João,

Escrevo-lhe do fundo do poço. Literalmente do fundo do poço. Apesar de húmido não está frio. Apenas os ratos me incomodam as pontas do corpo.
Sinceramente, estou farto. Farto e dorido. Apelo ao Sr. João que me leve. Se não me levar, que me tire daqui.
Esqueço o que fez à minha mãe e à minha irmã mais nova. Violá-las e tal nem me incomodou muito, mas estripá-las e colocar os bocados à minha volta foi um pouco imbecil da sua parte. Em primeiro lugar porque o poço fica num espaço público e o cheiro vai alertar alguém que faça jogging. Em segundo lugar porque o poço tem apenas dois metros e não tem água.

Já agora... vi a sua cara e, apesar de ser meu pai, nada me fará perdoar este acontecimento.
Não vou participar à polícia.
Vou correr atrás de si toda a vida Sr. João. João, nome de menino. O menino que sou. O menino que sou tornar-se-á no homem que mudará o mundo.
Acredite em mim.

Ass. Sr. João.

sábado, dezembro 15

Votar: Direito ou Dever?



A democracia, enquanto forma de expressão, foi um direito adquirido com, ou no período após, o 25 de Abril. Esta data é importante para Portugal, pois representou o sair da obscuridade medieval que reinava e imperava no nosso país.

Vivíamos sobre uma nuvem negra de corrupção, censura, retaliação e estagnação que não nos deixava ver o que existia para além dela. É um período que apenas é relembrado a preto e branco, fruto do clima existente e vigente.

Após o passar desta tempestade, liderada por um grupo de militares e população, cansada de não poder ver luz e esperança, surgiram novos horizontes dos quais apenas se ouviam rumores de poderem existir. Uma das colorações que aprendemos a apreciar foi o voto.

Este era a novidade maior dum período tumultuoso, e que devolveu uma certa esperança, ou ilusão desta, para se poder mudar o nosso mundo com o seu poder eleitoral. Poder escolher quem queremos a dirigir o país era uma novidade maravilhosa mas também assustadoramente responsabilizante.

Para esta escolha ser efectiva, era necessário conhecer os conteúdos políticos e morais que os candidatos se proporiam a defender quando eleitos. Tudo muito bem. O problema surge quando a responsabilização da escolha não encontra reverso no empreendimento das promessas feitas em campanha eleitoral.

A subversão do discurso antes defendido, por atitudes perfeitamente antagónicas levou, entre outras coisas, ao descrédito da classe política existente. Isto conduziu à dúvida de quem vota se valerá verdadeiramente a pena votar. Se nos enganam, se nos mentem descaradamente e depois assumem a mentira como uma nova verdade absoluta, para quê votar? O direito a votar era inicialmente, tido como um dever, mas agora já não.

As percentagens de pessoas que participam no acto, tem vindo sucessivamente a diminuir. Podemos culpar tudo e todos mas, não seremos nós também parte do problema? Explico.

Se não nos fizermos ouvir, em termos legais, através do voto, apesar de haver outras formas igualmente válidas de participação activa na vida em sociedade e defesa dos valores que cada um sente e quer defender, quem quererá nos ouvir? Por vezes é o nosso próprio desinteresse que leva a este tipo de problemas. A inacção. O conformismo.

Votar é um direito mas, para mim, moralmente é um dever ao qual ninguém se deve imiscuir de ver exercido. Por maior que seja o descrédito dos políticos, por maiores que sejam as contingências sociais com as quais nos deparamos diariamente, não será isto um incentivo maior à participação nas urnas?

Votar não é só por uma cruz...entregar um boletim em branco é tão relevante como se fosse preenchido, reflecte o descontentamento com as opções presentes, e é uma forma legítima de indicar que não nos revemos em nenhuma das listas. Haverá sempre contingentes. Exemplo, alguém que viva em Lisboa mas esteja recenseado em Bragança, poderá não ter possibilidades de exercer o seu direito de voto. Mas estas pessoas estão deslocadas, por vezes por opção, mas noutras por necessidades pessoais, profissionais entre outras. Mas estas são razões que são aceitáveis e compreensíveis para não ir votar.

Agora se se pode, se apenas implica o despender de 5 minutos de vida, porque não faze-lo? Ou estamos tão felizes com a sociedade e politicas nela abrangidas, que a nossa inoperância e separação da intervenção social, é tida como justificável perante tanta injustificação?

Pensem, analisem, pensem e depois votem!

Embrulha...


Escrito por Bruno Cabral


PS: Concordando com muito o que o Bruno escreve neste texto, há certas questões que tenho outra perspectiva...tenterei quando tiver tempo escrever aqui um texto...para de alguma forma polemizar...já agora aos poucos leitores COMENTEM OS TEXTOS é sempre mais um contributo.

Por último dizer apenas que a escolha da imagem é minha...talvez o Bruno escolhesse outra...

quarta-feira, outubro 31

PARA VOÇÊS


Este blog não é individual, é um colectivo, mas tomei a liberdade de postar este texto e esta foto como homenagem a dois amigos meus.
Sarmento e Laurinda, era assim que eles eram tratados pelo pessoal.

É incrível como só sentimos falta das pessoas quando já não as temos. Já passaram 4 anos…parece que foi ontem…as saudades que Nós temos…ficaram para sempre…e pessoalmente o que eu nunca lhes disse ou as coisas que lhes disse sem necessidade nenhuma irão sempre morder-me a consciência.

Faleceram no dia 1 de Novembro de 2003, num estúpido acidente de carro…a percorrer um caminho que frequentemente, se não diariamente o fazíam.

Já passaram 4 anos…parece que foi ontem…Sem lamechices (e já estando a ser) porque eles não eram dessas coisas (principalmente o Laurinda) aqui fica a minha homenagem.

domingo, outubro 28

DESABAFO DE UM MILITANTE


Farto Farto Farto…um gajo esforça-se para mudar a sua vida e a dos outros, e ainda leva com “pedras”, não é que não esperasse levar com bastões, pedras e outras coisas mas da minha própria gente? Da mesma “família”? Foda-se que mundo é este? Que é que nos aconteceu? Estamos todos fodidos da marmita? Acabamos a defender quem nos ataca e a atacar quem nos defende ou nos tenta defender.
Por vezes não sei o que faça, individualmente faço o que a sociedade em que vivemos me exige, e tento fazer colectivamente o que a minha consciência me exige.
Mas só sinto que me atacam, e as vezes não é fácil. Por vezes sabia bem que alguém me dissesse “Eu estou contigo”.
Contudo e apear deste momento de maior vulnerabilidade minha, não vou desistir, porque desistir é perder e eu não quero perder. Que vida fodida esta, que fode sempre os mesmos ou então fode quem a quer mudar.
Será que não vemos que somos irmãos? E que uns poucos nos tentam extorquir? Porque então andamos a tramar-nos, a atacar-nos uns aos outros? Porque é que não passamos a ver afinal quem é o nosso real inimigo em vez de sermos fodidos para quem é da nossa condição e passivos para quem não é?
Ser trabalhador e militante numa sociedade dominada por valores como egoísmo, individualismo e apatia é fodido.
Pensem +…


Escrito por Luta

terça-feira, outubro 16

Nó no Peito

Irrito-me quando as lágrimas caem sem que as consiga impedir. Não que me incomode ou envergonhe, apenas não gosto que me vejam assim. Amarrado, mãos unidas, pés colado ao solo. Rodopio sobre os tornozelos que cedem e se partem passados os primeiros dias.
As correntes trilham-me os ossos dos pulsos .

Continuam a passar por mim as pessoas. Dia após dia. Fantasmas de quem eu um dia vi mas que não me recordo de alguma vez as ter conhecido. Fecho os olhos para descansar mas não existem as peles que me protegem do mundo lá fora. Foram ruídas enquanto descansava. Logo nos primeiros dias.

Gritei. No inicio gritei várias vezes. Ninguém acode. Ninguém sabe o que sofro por não ter forma de dizer o que sinto.

Acordo, e, para além de um grande nó no peito, a vida continua a mesma merda.

Luís Miguel Teixeira

sábado, outubro 13

GUETO


Nada melhor para assinalar o centésimo post do Chama Lunar, do que vos apresentar um projecto bastante interessante.

O nome desse projecto é Gueto-Olhos Ouvidos e Vozes, e trata-se de um jornal elaborado por pessoas de bairros degradados da zona limitrofe de lisboa que tem o intuito de denunciar e alertar para o que se passa realmente nos guetos.

Tive conhecimento deste jornal através de uma distribuição realizada numa manifestação, e fiquei a saber que também tem um blogue.

Fica assim aqui a referencia ao blog e sugiro aos poucos leitores do chama que passem por lá, pois as as pessoas que estão neste projecto de luta merecem.


segunda-feira, outubro 8

CHE





Faz hoje 40 anos que o Che foi assassinado por soldados bolivianos treinados e equipados pela CIA. Aqui fica a homenagem do Chama Lunar a uma pessoa que se incomodava e agitava com o mundo que o rodeava.
Deixo um link para quem queira saber mais sobre Ernesto Guevara, o nosso Che.
Algumas frases do Che:
"Os poderosos podem matar uma, duas até três rosas, mas nunca deterão a Primavera."
"O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível
imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade".
"Não nego a necessidade objetiva do estímulo material, mas sou contrário a utilizá-lo como
alavanca impulsora fundamental. Porque então ela termina por impor sua própria força às relações entre os homens."
"No momento em que for necessário, estarei disposto a entregar a minha vida pela liberdade de qualquer um dos países da América Latina, sem pedir nada a ninguém..."
"Hasta la vitória, siempre!"

quinta-feira, outubro 4

Comeback Kid



É já no dia 28 de Outubro que os Canadianos Comeback Kid vão estar em Portugal para um concerto que se espera ser o ideal para uma grande noite entre os amigos e as jolas e o Outono.

Passam por Corroios, essa bela localidade cada vez com mais concertos de grande nível, e para os acompanhar os portugueses Devil In Me + All Against The World + These Hands Are Fists que vão aquecer bem o pessoal antes da actuação dos CMK.

Oriundos de Winnipeg, juntaram-se em 2002 com uma formação diferente da actual.

Em 2003 lançam o seu primeiro álbum - Turn It Around - e em 2005 assinaram pela Victory Records lançando Wake The Dead, que fez dos Comeback Kid uma das melhores bandas de Hardcore da actualidade.

Em 2007, Andrew Neufeld assume-se como vocalista após interregno de 5 anos, altura em que saiu dos Figure Four para se juntar aos CMK.



Num misto de Punk /Hardcore, o concerto promete festa.

Para quem esperava um bom concerto nos últimos tempos, este parece ser o ideal para iniciar uma série de concertos que por aí se avizinham (Madball em Dezembro…)



Não deixem de ver o video que agora está a bombar e o myspace da banda.


Kyle Profetta - Bateria
Andrew Neufeld - Voz
Jeremy Hiebert - Guitarra
Kevin Call - Baixo

*All photographs within this section belong to and are copyrighted by truth.explosion.magazine.

sábado, setembro 29

PRECÁRIO COM TOMATES

No dia 25 de Setembro de 2007, os Prémios Gazeta foram entregues perante a presença do Presidente da Républica e do ministro dos assuntos parlamentares, deixo-vos aqui a declaração do vencedor do prémio revelação:

"Obrigado.
Obrigado à minha família. Obrigado aos jornalistas Alexandra Lucas Coelho, David Lopes Ramos, Dulce Neto e Rosa Ruela.Obrigado a quem já conhece “O almoço ilegal está na mesa”, “A caça à pedra maneirinha” e “Guardadores de sementes”.
Parabéns aos repórteres fotográficos Nuno Ferreira Santos e Rui Gaudêncio, co-autores das três reportagens, com quem vou partilhar o prémio monetário.
Parabéns também ao Jacinto Godinho, ao Manuel António Pina e à Mais Alentejo, que me deixam ainda mais orgulhoso por estar aqui hoje.
Como trabalhador precário que sou, deu-me um gozo especial receber o prémio Gazeta Revelação 2006, do Clube dos Jornalistas. A minha parte do dinheiro servirá para pagar dívidas à Segurança Social. Parece-me que é um fim nobre.
Não sei se é costume dedicar-se este tipo de prémios a alguém, mas vou dedicá-lo. A todos os jornalistas precários.
Passado um ano da publicação destas reportagens, após quase três anos de trabalho como jornalista, continuo a não ter qualquer contrato. Não tenho rendimento fixo, nem direito a férias, nem protecção na doença nem quaisquer direitos caso venha a ter filhos.Se a minha situação fosse uma excepção, não seria grave. Mas como é generalizada - no jornalismo e em quase todas as áreas profissionais - o que está em causa é a democracia. E no caso específico do jornalismo, está em risco a liberdade de imprensa.

Obrigado,João Pacheco"



http://www.clubedejornalistas.pt/DesktopDefault.aspx?tabid=1041

domingo, setembro 23

Baptismo de vôo






















Fevereiro 2007
© Tiago Lourenço













sexta-feira, setembro 21

Na casa de Mafalda

Domingo passado, na casa da Mafalda, sofreu o pior ataque de sempre. Lançado contra a parede foi esfaqueado em três sitios diferentes. No braço esquerdo por duas vezes e no abdomen. O outro, sabendo-se lá quem seria, correu e nunca ninguém chegou a saber quem era.
Escorreu sangue por entre o chão e a porta da sala.

Mafalda não estava. Chegou, e chocada, chorou. Choraram os dois abraçados. Ele já não vivia, ela morreria pouco depois por amor.

O outro... bem o outro não interessa nesta estoria.

Luís Miguel Teixeira

sexta-feira, setembro 14

KUSTURICA+MANU CHAO+MARADONA=?





Ao longo da história humana, uma grande dificuldade com que o homem sempre se debateu foi a distancia que nos separa não só em termos físicos (geográficos) mas também linguísticos. Encontrámos sempre formas de ultrapassar estas barreiras construindo estradas, inventando motores com rodas, cilindros metálicos com asas entre outras coisas (Internet?), mas mesmo assim, o muro não foi demolido tendo sido apenas esburacado. A verdadeira barreira não era a língua nem o espaço em Kms mas sim a forma como nos vemos uns aos outros e a expressão sensorial daquilo que nos vai na alma, encontrando assim o ponto de contacto entre o Homem. Algo que nos comova ou que nos revolte permite encontrar pontos de encontro com outras pessoas que tenham a mesma sensação das coisas como nós. Assim, podemos dizer que nasceu a arte em todas as suas formas visual, sonora e física. A junção eficiente das três vertentes, apesar de possível de varias maneiras, não encontrou ainda melhor forma que através do cinema. Aqui, entramos no domínio de Kusturika, o realizador sérvio mais demente e com o universo mais caótico que já se viu numa sala de cinema. O caos é o elemento que acaba por dar coerência à sua obra, sendo a heterogeneidade dos seus filmes o elemento que torna a sua obra homogénea. Um dos elementos que contribui e dá, no fundo, o ambiente aos seus mundos é a música na qual também participa através da sua não muito “No Smoking Band”. Aqui, juntamos um outro nome à história, o do “galego” Manu Chao, o irreverente homem da música do mundo. Alguém que assume o que é e faz com a naturalidade de alguém que é feliz consigo mesmo, e logo, não tem de se refugiar atrás de homens do sistema para traduzir o que ele pensa para o mundo dos comuns mortais, do qual todos fazemos parte. Estes dois “terroristas”, vão usar os seus sentidos para contar a história de uma das vidas mais invejadas, odiadas, amadas…enfim, controversas do século XX. “El Pibe” vai ver a SUA história retratada de uma forma única, e justamente, rodeado por um universo com o qual convive com grande naturalidade e respeito. Apesar de ser um dos homens que mais impressionou com a sua proximidade emocional com a bola, e que encantou todas as gerações, ao ponto de ser quase unanimemente tido como o melhor de todos os tempos, nunca deixou de se mostrar próximo do povo que o ama e do qual faz questão de fazer parte. Podemos dizer que são todos os três homens do povo e que têm aí talvez um dos mais importantes pontos de contacto. Este documentário, do qual se espera algo de realmente diferente, mas acima de tudo serve para mostrar como é possível a aproximação entre pessoas de mundos quase diferentes, mas que ao expressarem ao mundo, cada um da sua maneira, a sua forma de ser e a sua paixão, estabelecem pontes, ou melhor, laços com outras pessoas com as quais nunca teriam qualquer ponto de contacto senão através da arte.





Texto escrito pelo Bruno Cabral

quarta-feira, setembro 12

O Mundo de João

João decidiu ser hoje.
Correr o mundo dentro da sua própria cabeça deixara de ser um fim em si mesmo.
Acompanhado pelos três alegres homens de meio palmo, saiu porta fora e partiu procurando o que sempre sonhou e imaginou ser real num país tão longe que ainda não fosse conhecido. Correu o mundo em anos. Fez parte da história. Fez a história.
João morreu passados tempos. Não aguentou a agonia e profunda tristeza em que vivia após aperceber-se que o mundo não era perfeito. Acima de tudo, João não poderia mudar o que pela simples vontade é inalterável. João não podia fazer isso. Não poderia fazer o que alguns já fizeram e ele próprio condenou. Preferiu isolar-se. Com os seus três amigos. Mas tudo mudou desde que partira. Não conseguia viver como antes sabendo que tudo lá fora era diferente.
Morreu de velho... também não lutou para que algo mudasse. Não teve forças nem vontade e o mundo não lhe ligou nenhuma.
Gradualmente as almas mudam-se... modificam-se.


Luís Miguel Teixeira

sábado, setembro 8

Frases Soltas

No rio, vermelho. Das almas que o sobrevoam. Nas margens queimadas.
Vadia o meu pensamento, embrenhado em coisas que quero esquecer…

Corro sem pensar sequer em parar. Esquecer o que sou e tentar morrer de cansaço. Esperar que o amanha chegue e que não me sinta.

Esperei tanto por este dia. Tudo estava preparado. As embalagens seladas. Cabia-me a mim a decisão de avançar ou não.

Conto em breve poder sair de casa. Respirar o ar que se vive lá fora. Deixar os corpos sozinhos e fazer a minha vida. Pena não ter corpo. Mas a alma leva-nos onde entendemos por melhor. Sem um peso bruto poderemos viajar calmamente sem sermos vigiados. Até depois podridão. Abracei um novo mundo. Vinde até mim que estou aqui para vos salvar.

Não mais pensei em correr. Estava cansado. E os comboios corriam. Puxavam as saias e lá iam eles bem sofisticados. Tive medo. Esta broa foi bastante agressiva.

Queimei-me. Arde-me o corpo. Cem por cento o corpo queimado. Acaba por passar, penso eu. Parece que não. Dói-me… todos os dias…


Luís Miguel Teixeira

II Divisão Série D 2007/2008 - Jornada 3

II Divisão Série D 2007/2008
Jornada 3 Real Vs Ol. Moscavide

Este domingo pelas 17h joga-se a 3ª jornada da II Divisão Série D. No complexo desportivo do Real, joga-se o Real Sport Club Vs Olivais e Moscavide.

Pelo Olivais e Moscavide joga o damaense Diogo Lézico da Silva a central.

Luís Miguel Teixeira