Os últimos
E a peça começa.
Pessoas moribundas assistem ao espectáculo que encenaram. Onde sou o centro das atenções.
Tento libertar-me. Impossível…
Arrastam-me pelo palco.
Ligam-se as centenas de holofotes.
Não distingo nada nem ninguém. Apenas sinto vergadas nas costas. E pernas de pessoas que tropeçam em mim. E que caem e que se levantam e me pontapeiam.
Continuo dorido.
Hematomas e sangue pisado.
E oiço gargalhadas. E crianças choram por não quererem ver este espectáculo de adultos.
Choro eu também.
Não resisto aos últimos pontapés, bem no meio da minha face, e sucumbo às dores.
Perco os sentidos e morro feliz… por morrer.
Luís Miguel Teixeira
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Destaque - Texto
" Ratos. Que te comam. Que te esventrem e te suguem as entranhas. Que te enterrem meio vivo para pensares um pouco "
segunda-feira, outubro 30
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1 comentário:
impressionante!
gostei bastante!
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