Sonhos de camomila
Poderá um dia a tristeza que por mim corre, juntar-se à alegria que faz lá fora e ambas sonharem sonhos de camomila?
Será no dia em que as veias entupirem do sangue que é sempre o mesmo. Talvez das formas e ambições constantes que um dia se unirão ao brutal travo injectado em forma de desespero.
Com a ajuda da ponta do polegar e indicador, ajusto o chapéu, para que veja melhor as sombras que de mim se fazem sem que em mim nada as faça existir. Mas o cansaço é sempre superior à contínua vontade de me tentar erguer e deixar para trás o colchão que, lá em baixo, me ampara as quedas e recaída constantes.
No peito, escrevo em tons de vermelho mais um pequeno suspiro de mais um dia que passou sem que viesses... para que a tristeza que corre em mim se juntar à alegria que emana de ti... e ambas se juntarem e sonharmos os dois sonhos de camomila.
Luís Miguel Teixeira
2 comentários:
Gostei!
Meu caro Luís!
Um excelente texto e digo-o sem favores. Muito bem escrito e muito significativo.
Parabéns e obrigado por este momento.
Abraço.
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