No café para partilharmos esse charro...
Ansiando o que no fim é certo, venho chorando lágrimas de sangue. Secou em mim tudo o que poderia sair neste dia de luto por mim. Falta-me a voz, o som da alma que me percorre o corpo por dentro, sem que se expresse a quem me oiça.
Procuro explicação para que foi feito de mim, deitado no chão frio e húmido da casa mais triste que me acolheu. O sol caí todos os dias para lá do horizonte. Deito-me todos os dias com esperança de não o ver erguer-se de novo. Mostrando-me com arrogância a simplicidade com que o faz.
Hoje deito-me com a certeza de não poder duvidar que o amanha é certo... certo para o sol, para mim termina hoje a inútil presença que se arrasta há tempos...
Ergo na mão um pedaço da janela que parti com a face... na violenta tontura de ontem.
Rasgo o pulso esquerdo... Sinto-me bem. Rasgo o peito num traço continuo.
Desamparado... caio no chão. Para descansar um pouco mais.
Olho o tecto escuro enquanto penso em ti. Que me deixaste aqui... sozinho e indefeso face ao que de mim poderia fazer.
Deixa-me descansar um pouco. Falamos mais logo... no café para partilharmos um charro.
Luís Teixeira
Ansiando o que no fim é certo, venho chorando lágrimas de sangue. Secou em mim tudo o que poderia sair neste dia de luto por mim. Falta-me a voz, o som da alma que me percorre o corpo por dentro, sem que se expresse a quem me oiça.
Procuro explicação para que foi feito de mim, deitado no chão frio e húmido da casa mais triste que me acolheu. O sol caí todos os dias para lá do horizonte. Deito-me todos os dias com esperança de não o ver erguer-se de novo. Mostrando-me com arrogância a simplicidade com que o faz.
Hoje deito-me com a certeza de não poder duvidar que o amanha é certo... certo para o sol, para mim termina hoje a inútil presença que se arrasta há tempos...
Ergo na mão um pedaço da janela que parti com a face... na violenta tontura de ontem.
Rasgo o pulso esquerdo... Sinto-me bem. Rasgo o peito num traço continuo.
Desamparado... caio no chão. Para descansar um pouco mais.
Olho o tecto escuro enquanto penso em ti. Que me deixaste aqui... sozinho e indefeso face ao que de mim poderia fazer.
Deixa-me descansar um pouco. Falamos mais logo... no café para partilharmos um charro.
Luís Teixeira
2 comentários:
continuo a gostar da escrita como antes o disse.
(no Voando não era uma associação do filme/texto. usei só as imagens)
deixo aqui uma resposta ao teu comentário:
"A alma é grande, o Homem também pode ser"
- A maioria não quer ser, dá trabalho
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